A noite de 08 de outubro foi presenteada com a apresentação do compositor e violonista Marco Pereira, no belo teatro do Sesc Santana, acompanhado da Orquestra Metropolitana, sob a Regência de Rodrigo Vitta.
A primeira obra, que não contou com a presença do violonista, foi Alma Brasileira, arranjo do Maestro Vitta sobre o Choros nº5 de Villa-Lobos. Em seguida, pudemos ouvir a belíssima Serenata, composição de Marco Pereira para violão e orquestra de cordas. Apesar de alguns problemas como o sistema de som do teatro, Serenata demonstrou, já de início, a habilidade de Marco Pereira em produzir arranjos orquestrais generosos, elementos contrapontísticos refinados, lembrando em alguns momentos a sofisticação do saudoso Tom Jobim, em outros a sentimentalidade de Ennio Morricone.
A obra seguinte foi Suíte das Águas, também de Marco Pereira, para violão e orquestra de câmara. Suíte das Águas propôs uma inteligente costura de temas de Dorival Caymmi, envoltos por uma admirável orquestração. A curiosa reação do público ao identificar os temas de Caymmi comprova a eficácia da fórmula, que seria utilizada novamente em outro momento do concerto, com obras de Baden Powell.
Círculo dos amantes, a penúltima música do concerto, propôs a ampliação da orquestra de câmara, ou ainda sua fusão com instrumentos tipicamente populares, como a percussão e a bateria. Utilizando-se densamente dos metais e madeiras, além da percussão, o violonista apresentou uma obra rítmica e contrapontisticamente refinada; a composição em si apresentou-se como a mais “formal” em termos de estrutura composicional para orquestra de câmara.
Finalmente, Violão Vadio, composição e arranjo do Marco Pereira sobre temas de Baden Powell conduziu o público presente ao êxtase, não apenas pela possibilidade de identificação de diversos temas popularizados por Powell, como também pela intensidade sonora e pelo vigor com que a obra foi executada por Pereira e pela orquestra comandada por Vitta. A noite de 08 de outubro foi, como disse, um presente aos ouvidos de violonistas e amantes da arte.
por Giacomo Bartoloni
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