terça-feira, 5 de junho de 2012

A DISCUSSÃO COMO A MÚSICA ERUDITA É TRATADA PELA IMPRENSA


Crítico musical do jornal O Estado de São Paulo
João Marcos Coelho
Foto: Internet

A aproximação da música erudita com o grande público é um desafio.


Apesar de ser fundamentada em uma audiência restrita, a música clássica utiliza-se de diversas ferramentas para tentar se expandir, até mesmo das novas tecnologias. "Os compositores contemporâneos usam e abusam do download gratuito como forma de divulgação de suas obras", diz João Marcos Coelho, crítico musical do jornal O Estado de S. Paulo.
Em complementação ao tema, Coelho argumenta que por vezes a comunicação com o grande público é confundida com banalização, música mal feita e mal tocada. Em seguida, contrapõe que “não é preciso entender de música erudita para gostar. Basta ter acesso a ela em condições dignas, com repertórios adequados e músicos de qualidade”.

Em sua função como crítico musical de uma grande publicação, Coelho une o erudito ao popular. Em seus artigos, garimpa livros e gravações com o intuito de reinventarem “o modo como fazemos, ouvimos e pensamos a música”, afirma.
“Falta enfoque na cobertura de música”

No 4º Congresso Internacional CULT de Jornalismo Cultural, a mesa “Música para todos?” debateu o espaço da música erudita em meio ao público e à imprensa. Os palestrantes eram João Marcos Coelho, crítico musical de “O Estado de S. Paulo” e Silvio Ferraz, compositor e professor de música. Na mediação, Leonardo Martinelli, também compositor e professor musical.

“A falta de enfoque é uma das maiores perversões que a mídia comete com a vida musical”, diz Coelho.  Afirma que o jornalismo cultural fica à mercê da agenda e seus critérios são selecionados por editores que não conhecem a música clássica.

Silvio Ferraz explica a música contemporânea e seu pequeno público brasileiro, e conta que “muito da musica contemporânea vai para a música de mercado”.

“Essa distinção entre clássico e popular foi quando as pessoas começaram a comprar piano de armário, no século XIX”, conta Coelho, acrescentando: “Os românticos, como Chopin, sentiram a necessidade de fazer dois tipos de música: as que eles desejavam e as versões simplificadas para os amadores tocarem em casa”.

A respeito da popularização da música erudita, o crítico musical propõe: “Popularizar e democratizar a música clássica no país é seguir uma lei que obriga o ensino de música nas escolas, para que tire o preconceito”.



Fonte: Revista CULT

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