quarta-feira, 4 de julho de 2012

CRÍTICA: RAFAEL VICOLE FALA SOBRE O CONCERTO DE ABERTURA DO FESTIVAL DE INVERNO DA SERRA DO ITAPETY NA CIDADE DE MOGI DAS CRUZES.

O inverno começa quente em 
Mogi das Cruzes
No último dia 1º de Julho teve inicio o segundo festival de inverno Serra do Itapety na cidade de Mogi das Cruzes(grande São Paulo). Para a abertura foi convidada a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos que foi dirigida pelo seu regente assistente o maestro Rodrigo Vitta.

Para o concerto a OSMS preparou a abertura La Cenerentola de Rossini e a sinfonia nº1 de Tchaikovsky intitulada Devaneios de Inverno, um repertório interessante e contrastante.

Realizado no teatro do Cemforpe para um público por volta de 400 espectadores a OSMS não desapontou e mostrou qualidade e competência.

OSMS e maestro Rodrigo Vitta no inicio do concerto 
A abertura La Cenerentola faz parte da ópera homônima do compositor italiano Gioachino Rossini, como sempre o bom humor de Rossini é apresentado nesta divertida abertura e o maestro Rodrigo Vitta soube como mostrar os contrastes das diferentes partes da música. 

O "ponto fraco" foi os famosos ataques em "tutti" que estavam presentes em todas as aberturas do compositor e que aqui ficaram um pouco desencontradas, o bumbo sinfônico sempre entrava um pouco antes ou depois!

Isso não prejudicou a performance que apresentou uma interpretação leve e agradável de se ouvir, com certeza o maestro Vitta entendeu o espirito do compositor e nos brindou com uma boa leitura desta obra.

A outra obra da noite foi a Sinfonia nº1 “devaneios de inverno” de P.I. Tchaikovsky que foi composta em novembro de 1866.

OSMS e maestro Vitta durante o concerto
Uma peça difícil para qualquer orquestra e maestro, porém, o que ouvimos foi uma leitura quente e interessante. 

O primeiro movimento mostrou um tempo interessante, as dinâmicas trabalhadas por maestro e orquestra trouxeram toda uma paleta de cores e texturas bem definidas.

No segundo movimento a orquestra apresentou nuances interessantes mas um pouco fria em certos momentos.

Assim como aconteceu no primeiro movimento a orquestra se mostrou interessante com destaque pelas dinâmicas conseguidas pelo maestro Vitta.

Agora o quarto movimento foi a cereja que faltava no bolo, com um tempo proposto muito bom e dinâmicas muito bem produzidas conseguimos ouvir todas as sutilezas da orquestração de Tchaikovsky, a orquestra soou “Russa” por um momento e isso foi incrível!.

E ainda tivemos a Dança Húngara nº5 de Johannes Brahms como bis.

Mais uma vez a OSMS apresentou um concerto digno de grandes orquestras, parabéns a OSMS e ao maestro Rodrigo Vitta pelo concerto e espero que a rica cidade de Mogi das Cruzes tenha esta apresentação como modelo e crie uma orquestra PROFISSIONAL para a cidade.


      


Por Rafael Vicole
Leciona as matérias de harmonia, percepção e regência orquestral no Conservatório Villa-Lobos, orquestração na escola Fourmusic Academy. É diretor artístico e regente titular da Camerata Wein grupo dedicado ao "lied" e regente titular da Orquestra Jovem de Repertório Manfredo de Vincenzo e regente associado do coral da cidade de São Paulo.
Site: www.rafaelvicole.com

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