PERGUNTA, QUE O PENTAGRAMA RESPONDE.

O tema do “Pergunta que “O Pentragrama” responde” de hoje é o Maestro.

Tem muita gente que pergunta o seguinte: “Pra que serve o maestro ? Porque este cara fica de costas pra pláteia ? Se ele parar de mexer esta mão dá diferença ? E este pauzinho pra que serve ? Ah…, desculpe ! pauzinho não, baqueta.”

Bem vamos lá…. Afinal ninguém nasce sabendo !

Maestro, palavra italiana, que significa mestre, professor em português. O Feminino de maestro é Maestrina e JAMAIS chame uma maestrina de MAESTRA…. Socorro !!!

A regência é o ato de conduzir um grupo de músicos, por meio do gestual, geralmente exercida pelo maestro.

Existem grupos pequenos, quartetos, quintetos que não há a necessidade de um maestro para conduzi-los, como já disse, é um grupo pequeno e um dos integrantes assume este papel de liderança, normalmente é um instrumentista integrante do grupo, toca e conduz ao mesmo tempo.

Nos grupos maiores, como as orquestras, possue a figura do maestro. Ele se posiciona a frente de todos, sobre um tablado de madeira que geralmente chamamos de “podium”, para que todos os músicos o vejam bem e tenha uma boa comunicação durante o concerto com os músicos, sempre por meio de gestos para que os integrantes do grupo possam realizar uma execução musical com unidade interpretativa.

Sim, o maestro fica de costas para a pláteia. Não é antipatia ou arrogância. É pelo simples fato de se comunicar com os músicos no momento do concerto.

O maestro mexe as mãos, dá pulos, faz uma cara meio estranha, balança o cabelo… Sim !…. Alguns maestros um pouco mais animados e outros um pouco mais sutis. O maestro está completamente absorvido pela música, seus braços se mexem sem parar e basicamente podemos dizer que marca o tempo com a mão direita, as entradas dos instrumentos e a expressividade com a mão esquerda, exprime suas idéias e desejos no que diz respeito à interpretação, pedindo que a orquestra toque mais baixo, mais forte, prolongando os sons, etc.

Também com a mão esquerda, o regente dá o sinal das entradas de cada instrumento, o que é importante, porque a música que é tocada pela orquestra, nem todos os instrumentos tocam todos ao mesmo tempo.

O Maestro é fundamental para extrair a sonoridade de uma orquestra. Dele depende a harmonia do conjunto, a combinação sonora dos naipes da orquestra e organização hierarquica do trabalho.

O maestro e os músicos não se limitam ao dia do concerto, o trabalho de um maestro começa com o estudo da partitura musical; estudando a música, ele saberá exatamente como ela deverá ser executada. Durante o ensaio, ele explica aos músicos como ela deve ser tocada, parando para trabalhar as passagens mais difíceis.

Um músico pode sim se perder se o maestro não dar a sua entrada em determinado momento da música.

Além do amplo conhecimento musical, é importante que o maestro conheça as possibilidades de cada um dos instrumentos que compõem a orquestra. Deve possuir um ouvido sensível, apurado e educado que lhe permita distinguir no meio da mistura de sons qualquer desafinação, erros ritmicos e ou atraso na entrada.

O objetivo final do maestro é fazer com que a orquestra toque, não como um amontoado de músicos bons e talentosos, cada qual com sua própria sensibilidade musical, mas como um grande e único instrumento. Podemos dizer que o instrumento do maestro é a orquestra.

Sob a direção de um maestro, a orquestra cumpre sua missão - a interpretação da boa musica. Tendo já resolvido nos ensaios os problemas técnicos e musicais da orquestra, o papel do maestro num concerto ao vivo ou numa gravação é conseguir dela uma atuação intensa e emocionante.

Tem algumas piadinhas “bobas” que dizem que é fácil ser maestro… que o maestro não deu certo como instrumentista e nem como solista e aí lhe sobrou reger…

Caros leitores, ser maestro requer anos de estudo, dedicação, bom preparo físico e mental, audição acurada e personalidade carismática, o que não é exatamente muito comum. Afinal, o grupo não só responde de acordo com sua capacidade técnica, mas também, conforme o respeito com que acolhe a autoridade do regente.

Claro… não podia deixar de mencionar que o maestro lidera todo o trabalho organizacional, administrativo, politico, estratégico. Por mais que esteja delegado a alguém é ele que comanda tudo diretamente, como se fosse um presidente de uma multi nacional e diga-se de passagem na formação superior não se tem nenhuma disciplina orietando tudo isto.

Em um curso regular superior de regêcia são necessários pelo menos  quatro anos para formar um regente, sem contar depois com especializações, cursos, mestrado, doutorado, tempo muito parecido para alguém se formar como médico, advogado, engenheiro ou qualquer outra profissão.

Ah… já ia esquecendo…. O tal "pauzinho" que o maestro segura na mão direita, chama-se BATUTA e tem sua origem bastante remota. Antes disso, os maestros usavam os rolos de partitura para marcar o tempo da música para todos os membros das antigas orquestras, porém ele tinha que usar a mão esquerda para tocar enquanto regia com a direita, numa performance bastante desconfortável, com o tempo começaram a usar um grande bastão de madeira, usado inicialmente por Jean Baptista Lully, que em uma oportunidade atingiu seu pé, criando um abscesso. Logo tornou-se uma gangrena, mas Lully recusou-se a amputar seu pé, e a gangrena logo se espalhou, resultando em sua morte, em 22 de março de 1687.

A Batuta é a extensão do braço, da ponta dos dedos do maestro. Em relação aos tempos oriundos ela diminuiu de tamanho, ganhou forma, mas também, ganhou um forte significado: mais do que um objeto, a batuta é um símbolo da função, da responsabilidade do maestro.

Abaixo, um video em que o maestro italiano Riccardo Muti, um dos grandes nomes da regência mundial, recebe uma premiação e em seu discurso fala lindamente sobre a arte, o exercício da função do maestro. Vale a pena assistir !

Por Alessandra Vitta

Fonte: Wikipédia, Youtube, Google